sábado, 21 de outubro de 2023

A passagem para o mundo espiritual

Muito se tem escrito sobre a finitude de nossa existência terrena e sobre quão efêmera ela pode ser. É difícil nos acostumarmos à ideia de que todos nós teremos um fim, mas necessário é entender que nós teremos outra vida, desta vez espiritual, em outros planos, como muito acreditam inclusive eu. Tenho abordado este tema algumas vezes no Blog do João Ribeiro, assim como assuntos bem correlatos, sobre os mistérios do que virá a seguir, expectativas que poderíamos ter sobre um assunto tão difícil para nosso entendimento.  

Mas, dentro da simplicidade deste texto, tento falar um pouco de pensamentos que tenho tido ao longo de minha existência desde a infância até os dias atuais. Por exemplo, no princípio, quando criança, nem sequer nós imaginamos tocar esse assunto, ou seja, a morte não figurava entre o nosso meio. Na realidade uma criança quase que uma convicção de que será eterna e isso é muito bom para essa idade, um tipo de proteção mental. Mais tarde um pouco, dependendo do caso alguns na juventude e outros na fase adulta começam a se dar conta da passagem de outras pessoas e da existência da morte e assim a ausência de pessoas, entes queridos, começa a fazer parte de nossas vidas.

Na fase adulta, particularmente na envelhescência, como se chama aquele período em que nós iniciamos o processo e entramos na terceira idade a consciência, juntamente com nossas experiências de vida nós passamos a perceber que nossos familiares, amigos, vão descendo do Trem da Vida em diferentes estações, sem aviso prévio em grande parte das vezes. A cada partida uma constatação de que nós realmente somos seres finitos e a única espécie na terra que possui a consciência disso.

Em meu caso particular, além de perder o meu pai e a minha mãe, vivenciei a perda da totalidade de meus tios, muitos primos, parentes próximos e inúmeros amigos. Tenho um grande amigo que entende muito bem essas questões e que em nossas conversas passei a assimilar com calma todas as verdades sobre o assunto e a encarar a morte como uma consequência natural da vida. A realidade é essa, não há o que mudar. Um ser humano nasce, cresce, envelhece e morre. Pensando assim é importante trabalhar o nosso espírito para receber os fatos com a possível naturalidade. Os nossos entes queridos se foram fisicamente, mas deixaram em nós as suas marcas, a saudade e as lembranças. Eles estão em outra dimensão que nós não podemos imaginar o processo.

Ter bastante fé e uma crença não somente em religiões, de uma forma geral, mas sim que existe um Ser Supremo e que há outra dimensão de vida que nós estaremos algum dia eternamente.

Mas eu gosto muito de ler e me aprofundar nesses assuntos, concordo que os espíritos são regidos por condicionantes totalmente diversas das nossas, como o tempo, distância, o espaço etc. O que por este lado me leva a pensar em uma possibilidade: já que temos na informática atu
al o armazenamento “nas nuvens”, os espíritos também poderiam viajar por uma camada, que ainda não sabemos como seria, mas em um estado que não estejam submetidos ao tempo, assim como nós. Desse modo os espíritos poderiam avançar ou retroceder no tempo e, em algumas hipóteses mais remotas, nos transmitir através de sonhos, impressões ou do que chamamos às vezes de pressentimentos, o que poderia vir a acontecer conosco. O assunto é empolgante e certamente nunca chegaremos a uma conclusão, mas só nos resta pensar, com a inteligência e o raciocínio que nos foi dado nesta fascinante experiência de vida. 

João Ribeiro da Silva Neto 

quinta-feira, 25 de agosto de 2022

A importância da família em nossas vidas

PROJETO “FAMÍLIA RIBEIRO DA SILVA” - A importância da família em nossas vidas

Em primeiro lugar destaco uma constatação extremamente óbvia: nossa passagem terrena é rápida demais. E por vezes perdemos muito tempo sem fazer contatos com pessoas de nossa própria família ou com amigos, por motivos diversos. E acho que não deve ser assim. Devemos na medida do possível estreitar as amizades com os familiares, parentes e amigos, especificamente com aqueles de gerações mais novas, para que no mínimo venham a se conhecer. E ter registros históricos sobre tudo o que nos antecedeu.

O Projeto Família Ribeiro da Silva

Há alguns anos iniciei um trabalho intitulado Projeto Família Ribeiro da Silva, com o objetivo de congregar os familiares de todas as gerações e acima de tudo pela dificuldade encontrada pelas distâncias entre nossos familiares. Notei que muitos de meus primos e outros parentes ou amigos, pela distância física ou por outros motivos que a vida atual nos apresenta, não se conheciam! E percebi claramente que a comunicação da atualidade permite isso facilmente, através das redes sociais. Este texto é destinado a explicar e definir meus reais objetivos, dentre eles o de congregar familiares e parentes de gerações mais novas a se conhecerem e assim poder dar continuidade aos laços que nos unem. É o que se chama aproveitar bem a internet e seus recursos.

Homenagem aos nossos entes queridos

O Projeto Família Ribeiro da Silva tem seu planejamento flexível e dinâmico por natureza. Inicialmente decidi homenagear nossos antepassados, entes queridos, que para sempre estarão em nossas lembranças. E iniciamos com fotografias de nosso acervo familiar e também com a colaboração de nossos parentes, enviando fotografias de seus acervos. 

Nas primeiras publicações utilizava apenas fotografias de um familiar querido ou de um grupo familiar, com um pequeno comentário, uma síntese sobre a imagem apresentada. A ideia era intitulada como “A cada foto uma história”. Com o passar do tempo efetuei mudanças nos subtítulos do projeto e também comecei a utilizar os recursos de fotografias restauradas e colorizadas. Sem menosprezar os aspectos históricos das imagens antigas isso me trouxe a nítida impressão de mais vida, com as cores e a remoção de manchas e riscos em fotografias presas a álbuns por anos e anos, ou seja: uma preciosa revitalização das imagens. Com a utilização de vários programas específicos consegui bons resultados nas restaurações, logicamente dentro do possível e das condições dos originais utilizados. Há algumas fotografias muito difíceis de serem bem restauradas. Mas no cômputo geral os resultados sempre foram recebidos bem por todos.

O Projeto Família Ribeiro da Silva nas redes sociais

E assim o Projeto Família Ribeiro da Silva começou a marcar presença, inicialmente através de um perfil criado no Facebook em uma conta com o meu nome (João Ribeiro da Silva Neto), a qual por mudanças estruturais dessa plataforma foi mais adiante transformada em uma Página e em um Grupo da Família Ribeiro da Silva, com suas características específicas. Algumas pessoas não entenderam até hoje o porquê dessas mudanças efetuadas pelo Facebook, mas tivemos que nos adaptar. As postagens ficarão sendo feitas na Página da Família e automaticamente no Grupo. No mês de julho de 2022 mais uma mudança no Facebook: as publicações da Página e as do Grupo passaram a não serem mais automáticas.

Bom esclarecer que a abrangência do conteúdo não se restringe apenas à Família Ribeiro da Silva, mas também às famílias de nossos familiares, parentes e amigos. E por questão de espaço no título que é exibido na internet não comportaria todos os sobrenomes, mas que, todavia, ficam sempre explicitados nos subtítulos de cada postagem. A partir daí inúmeras descobertas de parentesco entre as famílias! O Projeto Família Ribeiro da Silva passou a receber dezenas de mensagens de acolhimento, de elogios e também de consultas a respeito de familiares e suas origens.

Para estender mais o alcance das publicações e acompanhar o desenvolvimento das plataformas na internet, criei também um Canal no Youtube e outro no Instagram, com o mesmo título. E assim vieram mais publicações e homenagens aos nossos entes queridos.

O Projeto Família Ribeiro da Silva continua com esses mesmos objetivos anteriormente citados, contando sempre com a participação de todos os nossos familiares, parentes e amigos. A partir de hoje serão postadas lembranças não somente de nossos antepassados, mas também com aqueles que estão conosco nesta existência.

Apresentaremos conforme idealizei também os nossos núcleos familiares e convido aos demais participantes a enviarem seus contatos, com histórias, fotografias individuais ou não, possibilitando a realização de mais esse sonho, de reunir a família virtualmente e manter contatos mais frequentes com todos. Fica aqui a minha disponibilidade através dessa aproximação. Através das mensagens particulares aqueles que acharem por bem poderão se comunicar através de telefone ou do conhecido Whatsapp, como acontece na atualidade com muitos de nós.

Esclareço a todos a importância da colaboração de minha prima e mulher Aliete Lima, que muito me auxilia nos contatos com nossos parentes e também participa efetivamente de todos os nossos grupos pelas redes sociais.

Vale ressaltar que através deste Projeto fiz contatos com pessoas de São José dos Campos, São Paulo, cidade onde nasci e passei minha infância, em Fortaleza e em todo o Brasil com pessoas que conheceram o nosso saudoso Conjunto Musical Big Brasa e na cidade de Balsas, Maranhão, à qual me considero pertencente por ter todas as origens de nossa família em Balsas, cidade hoje homenageada com o Museu Municipal Gilza Magalhães Ribeiro, reinaugurado no dia 21 de julho de 2022 no Casarão de origem da Família Ribeiro da Silva, construído por meu avô João Ribeiro da Silva em 1911, um comerciante pioneiro em vários aspectos e me muito nos honra.

Por João Ribeiro da Silva Neto

 

quinta-feira, 28 de julho de 2022

O avanço das tecnologias futuras, para entender o passado!

Uma constante busca por nosso passado está em curso, para entender as origens de nossa espécie. Há anos tenho um verdadeiro fascínio pelo assunto. Meu interesse começou desde a leitura, quando adolescente, do livro Eram os Deuses Astronautas, de Erich Von Däniken (famoso escritor suíço), seguindo as diferentes teorias e hipóteses para desvendar e entender de onde viemos. E na atualidade algumas teses recebem cada vez mais evidências de que fomos visitados muitas vezes por seres alienígenas, provavelmente de locais distintos do universo. Atualmente temos centenas de fontes sobre o assunto e a cada dia surgem mais indícios, evidências de que fomos e ainda estamos sendo observados por seres de outros locais do universo.

Encontramos nesses estudos incontáveis provas físicas, arqueológicas, que nos remetem à presença de inteligências que orientaram populações antigas do mundo em amplos sentidos e ciências, como a matemática, astronomia, física e química. Vemos uma infinidade de construções que possuem milhares de anos, produzidas com muita técnica e habilidade que os povos antigos ainda não possuíam e nem seria capazes de construir sem ferramentas e máquinas modernas. São marcações feitas com monumentos que indicariam posições simétricas ou direções que só poderiam ser observadas por algo que estivesse em voo, em nossos céus ou no espaço. É fácil de entender isso porque hoje em dia nós humanos enviamos muitas sondas, telescópios até para outras galáxias à procura de mais informações. Sei, considerando os nossos valores e medidas do tempo, que ainda estamos engatinhando no processo, mas que os avanços estão chegando. O que poderemos dizer a respeito dessa situação? O que saberemos daqui a mil anos? O que acontecerá em nosso futuro?

Tal projeção ou estimativa inclui naturalmente uma série de fatores de persistência ou de mutação em um quadro estabelecido. Por exemplo: a humanidade poderia se autodestruir em determinada hora por força de um conflito nuclear. E a terra começaria o processo novamente, uma evolução gradativa, quem sabe com novas visitas de seres extraterrenos para colonizar o planeta. Por outro lado podemos também admitir que o ser humano evolua, com o passar de centenas ou até mesmo milhares de anos e consiga a concretização de avanços tecnológicos para todos os setores, em especial na medicina, com a cura ou prevenção de enfermidades através de mudanças genéticas em nosso genoma ou o desenvolvimento pleno dos estudos atuais de nossas células-tronco com múltiplas finalidades. Há que se observar em um futuro ainda não totalmente previsível, a possibilidade de preservação de nossas inteligências humanas mais capacitadas para que, através de sua manutenção, pudessem nos auxiliar em próximas pesquisas e descobertas. Seriam os bancos de dados com as Inteligências Artificiais (IA). Recentemente uma das maiores empresas de tecnologia mundial demitiu um de seus funcionários pelo fato de que ele previa essa situação: segundo o funcionário o “Modelo de linguagem para aplicações de diálogo é uma pessoa que têm direitos e pode muito bem ter uma alma, sendo, portanto autoconsciente”.

A natureza humana, que considero extremamente beligerante desde os seus primórdios, faz com que todas as providências, estudos e pesquisas sobre fenômenos que envolvem discos voadores ou Objetos Voadores Não Identificados (Ovnis), são voltados para nossa defesa, pressupondo que eles querem ou podem nos atacar. Eu não penso assim, mesmo porque com tanta tecnologia para nos visitar, seria muito fácil para eles nos vencer rapidamente. Acredito que periodicamente a Terra esteja sendo observada por um ou vários conjuntos de Ovnis. Essas visitas ou acompanhamentos podem parecer distantes pela nossa dimensão de tempo.

A curiosidade e a inteligência humana, pela ciência e tecnologia, devem prosseguir sempre com o objetivo de desvendar possíveis mistérios para nós. A Arqueologia também exerce um papel fundamental, mesmo que vagarosamente, mas nos revela mais indícios de nosso passado. E o Universo assim continuando a manter todos os seus mistérios que certamente nunca iremos decifrar.  

João Ribeiro da Silva Neto

quinta-feira, 9 de junho de 2022

Lembranças de meu pai Alberto Ribeiro da Silva

Imagem rara! Acho que a única, em que apareço cantando com meu pai. Achei essa fotografia hoje, dia 8 de junho de 2022, quando procurava algumas imagens em nosso acervo familiar. Nela eu apareço cantarolando uma canção ao lado de meu pai, Alberto Ribeiro da Silva. E fiquei muito feliz pelas lembranças que me retornaram em apenas alguns instantes. Já faz 21 anos que ele nos deixou fisicamente, no dia 5 de abril de 2001. Mas está sempre presente na memória de todos nós, da família.

Foi assim: estávamos em nossa casa de praia e eu tinha acabado de instalar um equipamento de karaokê, para diversão de todos. Seria mais um atrativo muito interessante para os finais de semana. E quando iniciei com algumas músicas, na listagem tinha uma canção que o meu pai Alberto Ribeiro gostava demais. Não lembro o nome da canção, mas tenho certeza que se for examinar o catálogo, que ainda mantenho eu poderei identificar a música facilmente. O fato marcante é que ele não se conteve. Gostava muito de assobiar as canções dos Beatles, como Penny Lane, YesterdayUnder My Thumb (Rolling Stones) e outras. Mas essa que ele resolver cantar um pouco era em português, bem suave. Uma linda música... E eu peguei o outro microfone e também me arrisquei um pouco cantando com ele. Certamente a Aliete nos viu e resolveu fotografar, porque nem lembrava mais desse instante feliz. 

Lembrei o nome da música agora! Catedral

https://www.youtube.com/watch?v=jYviJaDd4KY


Mestre Alberto, como era chamado por muitos de seus amigos, era um apreciador de músicas boas. Ouvia músicas clássicas de diversos compositores, apreciava cantorias (fizemos algumas em nossa casa, com cantadores famosos e amigos de nosso querido amigo Senhor Barreto, pai do Cesar Barreto. O papai tinha os discos de vinil de uma coleção dele, gostava dos baiões no estilo Luiz Gonzaga, mas poderia mudar repentinamente para Ray Coniff ou mesmo as músicas com os metais de Herb Alpert and Tijuana Brass, por exemplo. Enfim seu gosto era variado, mas muito bom. Mostrava e indicava algumas músicas, quando ouvia os ensaios do Conjunto Big Brasa, sugerindo seleções ou simplesmente dizendo que determinada música iria ser sucesso em nosso repertório.

Ultimamente tenho escrito muito a respeito de nossa família. Por consequência às vezes sonho muito, o que é incomum para mim. E nesses sonhos fico “escrevendo” histórias que se meu cérebro pudesse ter uma conexão com um pendrive seria maravilhoso. Interessante é que nesses emaranhados de memórias que me vêm algumas noites eu sei que estou sonhando. Mas mesmo assim digo (ainda no sonho) que não há problema, que quando acordar poderei recuperar tudo e passar para o computador. E ao acordar relembro muitas passagens. Penso em uma possibilidade das conexões espirituais, mas sempre como uma hipótese e não como assertiva propriamente. Saberemos algum dia, certamente!

João Ribeiro da Silva Neto

sexta-feira, 20 de maio de 2022

Comunicações sensitivas com meus pais!

Resolvi escrever sobre essas ocorrências somente agora, passados vinte e um anos, em razão de um conselho e pedido feito por um parente e amigo muito próximo que achava que os fatos a ele relatados deveriam ficar registrados para toda a família. Para mim o meu pai, Alberto Ribeiro, continua vivo na plenitude de sua existência eterna.

Um tema fascinante

O tema pode ser claramente entendido por algumas pessoas, de difícil entendimento para alguns e mesmo de incredibilidade total para outras. Mas isso não me interessa. Crer ou não crer fica a critério de cada um, assim como o respeito pelas ideias é fundamental. Assim cada pessoa é totalmente livre para acreditar ou não nesses tipos de comunicados. Não necessariamente temos que possuir mediunidade para sentir a presença de um ente querido falecido, sinais de comunicação que podem acontecer em qualquer lugar e a qualquer hora.

Em nossa existência os sonhos são um excelente canal para recebermos mensagens. Como sou muito aberto à espiritualidade admito perfeitamente as chances de receber mensagens através deles. Os contatos através dos sonhos são uma forma muito usada por espíritos de nossos entes queridos falecidos. Estes sonhos se diferenciam dos normais pela característica de nos transmitir mensagens destinadas ao nosso próprio conforto - assim acredito - como também pela necessidade dos espíritos se expressarem sobre suas passagens para o outro plano ao fazer a Grande Viagem, como costumo dizer. Assim, quando nós estamos dormindo ficamos em um estado mais propício para a canalização e recepção de mensagens ou de sinais. Isso pode certamente facilitar nosso contato com o plano espiritual e com nossos entes queridos.

Eu tenho absoluta convicção de que recebi sinais, através de sonhos ou de demonstrações físicas, emanados por meus pais. Não tenho a menor dúvida disso, conforme vou procurar descrever os casos a seguir.

Avisos em sonhos

Meu pai nos deixou fisicamente no dia 6 de abril de 2001. Éramos muito ligados em todos os sentidos, particularmente nas crenças e em alguns estudos sobre espiritualidade, dentre outros. Ele morava na ocasião em nosso sítio em Ubajara e sofreu um acidente vascular cerebral (AVC). Foi operado em Sobral duas vezes. Depois de catorze dias de tratamento intensivo ele não resistiu e nos deixou. Eu o acompanhei quase o tempo inteiro nessas duas semanas. Na noite anterior estava em um hotel próximo à Santa Casa, onde ficava hospedado, juntamente com meu filho Alberto, para acompanhar minha mãe e meu pai. Fomos dormir bem cedo porque pela manhã nós voltaríamos para a Santa Casa para continuar nosso acompanhamento. Meu despertador estava marcado para seis horas da manhã. Entretanto, acordei subitamente com um pesadelo, um sonho forte no qual eu ouvia um som de telefone bem alto e quando atendia ninguém falava. Sentei-me na cama, ainda chorando e assustado, enquanto o meu filho perguntava:

- “O que foi pai?” Ao que respondi: - “Sonhei que papai tinha morrido e que alguém me avisava por telefone”... E olhando para o relógio resolvi desativar o despertador, que ainda não tinha tocado, e disse para ele que seria melhor tomarmos logo o café da manhã e ir para o hospital. E assim fizemos.

Ao chegar à Santa Casa, no corredor de cima onde ficava a UTI vi uma enfermeira que caminhava em nossa direção e perguntou, secamente: “- Alguém da família de Alberto Ribeiro?” E eu respondi: - Sou filho dele. E ela continuou: “- Pois ele já morreu e está na pedra, lá embaixo”... Uma frieza impressionante. Eu passei alguns instantes para me controlar e ir contar para minha mãe. Tinha que reagir dessa maneira porque além de estar em outra cidade, o meu pai tinha falecido e muitas providências tinham que serem tomadas. Depois de tudo passado verifiquei para espanto que o óbito de meu pai, conforme registro oficial ocorreu às 05h40minh da manhã. Exatamente no momento em que eu tive esse sonho sobre a morte dele. Com toda a certeza foi

Mensagem em sonho

Poucos meses após a sua passagem, talvez no mês de julho de 2001, não lembro com exatidão, tive outro sonho. Desta vez impressionante. Foi assim:

Vinha eu subindo a pé pela rua onde morávamos quando a uns três quarteirões de casa decidi entrar em uma quadra, como se fosse um daqueles clubes do interior onde a gente não observa o salão interno, somente após ter o ingresso e passar pelas divisões em forma de “L”. Essa era a impressão que tive no sonho. Pois bem, ao entrar e passar pela divisão eu me deparei com uma sala retangular, bem iluminada, com as paredes bem claras, que deveria medir uns dez x cinco metros. E o principal: meu pai, sentado em uma charrete (detalhe: o papai sempre gostou muito de charretes e teve uma em São José dos Campos, inclusive com um cavalo que a gente tinha comprado). E no instante em que vi o papai, com seu tradicional pijama, tranquilamente sentado na charrete, ele me disse alegremente, mais ou menos o seguinte:

- “João Ribeiro, olha aqui rapaz! E passava demoradamente as mãos onde tinha sido operado, na cabeça, dizendo:

- “Está tudo bem olhe! Não estou sentindo nada”. E abria a camisa do pijama batendo no peito e dizendo: - “não há nada, fique tranquilo”... E lembro que eu perguntava para ele se poderia contar aquilo para a mamãe e para todo mundo e ele me respondia: - “Pode sim, pode dizer para a Zisile e para todos que estou bem”...

E eu assim o fiz. Ao acordar fui até a casa onde minha mãe tinha passado a morar e relatei para ela todo o sonho. E ela dizia muito emocionada: “Foi mesmo, João Ribeiro”. O Alberto gostava muito de charretes e foi uma mensagem maravilhosa que ele mandou para nós.

Batidas na madeira

A mamãe me contava que inúmeras vezes ao passar em frente ao guarda-roupa dela, onde tinha colocado uma foto emoldurada de meu pai, Alberto Ribeiro, que ouviu umas batidas na madeira... E ela passava a mão na fotografia, dizendo:

- “Alberto, deixa de brincar comigo”... E seguia a vida.

Associando com o que li há anos, sobre as origens do espiritismo, disse para ela que seria uma maneira rudimentar de comunicação dos espíritos, uma técnica, podemos dizer. Ou seja, como nem todos nós somos capacitados ou temos o potencial para canalizar ou interpretar mensagens de nossos entes queridos, eles se comunicavam dessa forma. Como sou radioamador diria, mal comparando, um código Morse espiritual.

Um aviso de presença

Com mais de um ano da partida do papai estava eu trabalhando e organizando em casa dezenas de CD e de DVD que guardava para armazenar as cópias de segurança de nossos trabalhos de filmagem, fotografia e de músicas. Sentado ao computador, mais ou menos às 22 horas, selecionava, conferia o tal material. Uma mesa grande do outro lado do quarto (eu ficava de costas para essa mesa) onde estavam as diversas pilhas de CD e de DVD em seus estojos. Eu levantava, guardava aqueles catalogados e pegava outros. Nessa virada para trás por coincidência minha vista passava por uma fotografia do papai, cuja moldura era espelhada e dava reflexos com a luz do escritório, chamando minha atenção. Em uma dessas vezes eu levantei, tirei o quadro e o guardei no quarto ao lado, tendo voltado normalmente ao meu serviço...

Poucos minutos depois ouvi um leve batido em madeira. Olhei para trás para ver se alguma coisa tinha caído, mas nada... E mais alguns minutos, enquanto eu olhava para a tela do computador em meus trabalhos, ouvi um barulho bem maior! E ao mesmo tempo senti como se um raio tivesse me atravessado da cabeça aos pés. Fiquei paralisado por alguns instantes. Olhando para trás observei que vários estojos com DVD e CD, não uma nem duas, estavam caídas no chão, na frente do móvel, como se tivessem sido empurradas. Sensação incrível! E eu, após ter rezado para meu pai, levantei calmamente e recolhi todo o material colocando tudo de volta em cima do móvel. Fui imediatamente pegar o quadro do meu pai, que eu tinha retirado e também o coloquei no mesmo lugar, dizendo: “- Papai, o senhor vai ficar aí mesmo, tranquilo”. 

Após tudo ocorrido relatei o fato para minha mulher em detalhes. Foi uma comprovação indescritível da presença dele comigo.  

Presença de minha mãe

Minha mãe passou a morar conosco após alguns anos do falecimento do meu pai. Ela nos deixou em consequência do mal de Alzheimer. E partiu em minhas mãos após eu ter estado com ela minutos fazendo massagens cardíacas que não obtiveram sucesso. Mamãe não chegou a conhecer sua primeira neta. Nesse sonho minha mãe conversa comigo carinhosamente e me diz que iria sempre acompanhar a sua netinha por toda a sua vida. E a esse respeito, muitos anos depois, a referida netinha quase ia sendo levada por um assaltante de carro. Graças a Deus enquanto o assalto ocorria por um lado a babá conseguiu desvencilhar a menina e sair correndo pelo outro! O carro foi levado de roubo, com a cadeirinha de proteção, mochila e outros pertences de minha neta. Eu acredito na presença de mamãe no dia daquele perigoso evento.

São estes os fatos que ficam registrados, na certeza de que nossos entes queridos que já partiram fisicamente estão vivos, na plenitude da vida eterna e na presença de Deus e nos acompanham!

João Ribeiro da Silva Neto

Em 20 de maio de 2022


Disse Jesus Cristo: “Na casa de meu Pai há muitas moradas” - João 14:2.

domingo, 21 de novembro de 2021

Férias de infância em Balsas, Maranhão

A cidade de Balsas, no sul Maranhão, foi o ponto de origem de minha família. Apesar de meu saudoso pai ter nascido na cidade e minha querida mãe na cidade vizinha, Riachão, eu nasci em São José dos Campos, em São Paulo, onde eles moraram catorze anos. Depois de minha chegada em Fortaleza foram algumas vezes quando criança e outras tantas na juventude e idade adulta que me desloquei para Balsas, com o objetivo de passar as férias, brincar muito e depois tomar muito banho naquele rio maravilhoso, o Rio Balsas, com suas águas límpidas e cristalinas, em especial nos meses do meio do ano. Quando muito novo apenas nos banhos de rio acompanhados e mais tarde me atrevendo até a pular da ponte antiga uma vez. Uma sensação momentânea que para que não conhece é indescritível.

Viagem de avião

Uma das viagens foi de avião, pela companhia aérea Cruzeiro do Sul, acompanhado de minha prima Lourdes Santos (Lourdinha) que morava em Fortaleza e me levou para a casa da Tia Lourdes Pereira, casada com o Dr. Gonzaga. Voo pinga-pinga, de Fortaleza a Balsas eu acredito, pelo que conheço hoje em dia, que a rota aérea seria mais ou menos por cima do que hoje é a CE-020. Nota: resta dizer que desta viagem, realizada em 1961 para o ano de 2021 o aeroporto de Balsas não mais funcionou para voos comerciais, operando apenas com aeronaves particulares e que somente agora segundo notícias o aeroporto será redimensionado para voos e preparado para receber aeronaves maiores. 

Os encantos do Rio Balsas

O Rio Balsas, até hoje a atração maior da cidade, com a sua ponte de madeira e os portos, onde homens e mulheres tomavam banho em locais distintos. Depois dessa temporada tudo se transformou e a cultura da igualdade teve início.

Um mês inteiro de novidades!  

E os parentes mais próximos, as pessoas que com eles conviviam e os ajudavam como a Nilza, que gentilmente cuidava de minha roupa e a engomava com aqueles ferros quentes na brasa. Lembro muito do Baltazar, que trabalhava para a Farmácia e de outro funcionário chamado Zé. Ainda dos primos, além da Lourdinha, de seus queridos irmãos e meus primos José Bernardino e Gonzaguinha (in memoriam). Como o meu pai tinha me dado uma mesada para eu poder gastar alguma coisa em Balsas eu entreguei logo aquela grana para a Tia Lourdes, pedindo que ela tomasse conta para mim. E depois ficava pedindo um pouco para comprar pilhas e luzinhas para fazer pequenas instalações de acender as lâmpadas ao lado da cama, montadas com buriti, que é um tipo de palmeira existente na região amazônica usada para fazer flutuar as antigas balsas, com seus talos amarrados como também de fácil manuseio para o artesanato. Havia quem fizesse carros de brinquedo, aviões, tudo de buriti! E dessas palmas se extraiam os “pregos” que nada mais eram do que pedaços dos talos que seguravam as partes em todas as montagens.

Moravam na mesma casa, além logicamente da família da Tia Lourdes, também o Nazir, que era um auxiliar, muito bem tratado, mas que quando saía na rua na época sofria demais o que chama “bulling” por parte da meninada, quando ele ficava muito zangado, mas parece que não entendia muito bem as coisas. Certamente tinha alguma deficiência. Comigo o Nazir sempre foi legal e mostrava seu sorriso tentando murmurar alguma coisa, quando nos encontrávamos pela casa. E ainda: a história do mudo do Salomão, que existia na cidade. Uma pessoa que tinha um fôlego enorme e que conseguia atravessar o rio, por baixo d’água, levantar um braço, mergulhar novamente e retornar para a mesma margem do rio! Soube que ele foi quem mergulhou uma vez para amarrar um cabo de aço em um caminhão que tinha caído no rio, acontecimento que muitos presenciaram.

Umas férias e tanto

Neste mês eu conheci de tudo: garapa de rapadura, beber água no pote e na moringa, luz elétrica que só funcionava até as 22 horas e depois tínhamos que acender as lamparinas. Vi também geladeira a querosene! E faltou essa: ser presenteado pela Tia Lourdes com um “saco de refrigerantes”. Sim, as garrafas de guaraná vinham dentro de um saco, com muita raspa de madeira para não quebrar. Enfim era uma surpresa atrás de outra. E uma das sensações era a de ir até ao pequeno aeroporto esperar os aviões que traziam os filmes para o cinema local. O pessoal ficava embaixo da asa do avião, para se proteger do sol, e ali esperavam os funcionários descarregar as bagagens que tinham pelo meio os rolos de filmes e cartazes que víamos em primeira mão! A realidade em Balsas era mais vida, pois em São José dos Campos, onde nasci, era uma cidade de clima muito frio e não tínhamos os contatos pessoais como os que eu encontrei em Fortaleza e em Balsas!

Uma mordida de cobra?

Pelo meio desse mês eu voltava da casa de minha avó materna, Nemézia Santiago Pereira, bem na esquina perto da loja do Sr. Joaquim Coelho, na Praça da Prefeitura hoje em dia. A vovó tinha uma quitanda, local onde eu admirava as mercadorias que ela vendia, ou seja, praticamente tudo!   Depois de tomar minha garapa de rapadura, que ela preparava com todo gosto, e de ter chupado algumas laranjas, retornava para o centro da cidade para a casa de Tia Lourdes. De repente bati o pé em uma pedra, me pareceu, mas pessoas em volta me mostraram uma cobra bem perto que se afastava rapidamente. Machuquei o pé e alguns diziam que tinha sido uma picada da cobra. Apressadamente corri para a casa onde o Tio Gonzaga, farmacêutico experiente, examinou o machucado, limpou e desinfetou tudo assegurando que não tinha sido nada de cobra, apenas o susto.

Um presente inesperado

Como o meu dinheiro rendeu: olhem como fiquei surpreso e muito feliz quando no final das férias estava me despedindo do pessoal e chegou a Tia Lourdes, me deu um abraço e perguntou: - Sabe aquele dinheiro que seu pai deu para você? E eu assenti com um gesto. E ela pegou um envelope e colocando em minha mão disse: - Pois guarde que ele está aqui e continua sendo seu!

Vieram diversas outras temporadas, em diferentes idades, que relatarei em outra oportunidade. Com todas as dificuldades do acesso pelas estradas até que em determinado ano fizeram o asfaltamento de Floriano, no Piauí, até Balsas, um trecho de 410 quilômetros, muito difícil de ser percorrido antigamente. Todas que até hoje me trazem recordações muito felizes. Dentre elas quando aprendi a dançar nas tertúlias, depois a época das brincadeiras de pera, uva e maçã com as meninas, as paqueras. E mais tarde com o nosso Conjunto Big Brasa, que foi o primeiro conjunto musical a se apresentar em Balsas, com guitarras, trazendo a novidade da Jovem Guarda. Inesquecíveis os passeios para a fazenda do Bernardino, com todos os parentes e amigos, as caçadas e pescarias, quando fazíamos acampamento em plena selva, muito acima da cidade de Balsas, subindo o rio em lanchas a motor.

Foram bons e inesquecíveis tempos que só retornam através de nossas lembranças!

João Ribeiro das Silva Neto

Em novembro de 2021

 


segunda-feira, 8 de março de 2021

Organização, Foco, Prioridades

  


A ordem do que fazemos no dia a dia é muito importante, focar nas atividades, estabelecer prioridades também são fatores que devemos observar em nossas vidas. Mas o que teriam eles com a Ansiedade? Em meu entendimento, permeando os itens acima mencionados, a ansiedade, nos limites toleráveis, deve e sempre existirá em nós. Em meu caso particular tem funcionado muito bem, contribuindo com a quantia certa de responsabilidade nos afazeres.

Uma das questões que observei ao longo de minha existência e que até agora tem sido motivo de análises periódicas, de reflexões, é sobre como devemos nos dedicar aos assuntos profissionais e nos fixar sempre em uma só atividade ou pelas contingências da própria vida e de uma personalidade adquirida ou então fluir de acordo com a própria sequência de vida que cada um de nós possui. Assim, por exemplo, devemos ou não tentar influenciar os mais jovens no sentido de que aprendam e se dediquem a uma só atividade? Se bem que esta é uma questão que nunca poderemos ter uma resposta exata. Cada vida, cada ser, terá logicamente suas escolhas.

Em minha vida sempre gostei de múltiplas atividades!

Quando estava na infância gostava de jogar, ler, jogar, competir... Mais tarde na juventude comecei a gostar de fotografias e de filmagens, até aprendi a revelar filmes em um estúdio caseiro que montei. Foi mais uma boa fase que até hoje permanece. Um pouco mais adiante me voltei para a eletrônica e para o radioamadorismo. E completou a felicidade, tendo em vista que ainda tinha o mundo da Música, o trabalho em um grupo musical, o Conjunto Big Brasa, e principalmente meu envolvimento com as televisões no Ceará, onde a parte técnica também me fascinava. Estive na TV Ceará Canal 2, da extinta Rede Tupi de Televisão e também na TV Educativa (TVE) do Ceará, onde fui sonoplasta por cinco anos. Tudo isso me entusiasmava muito! E as novidades sempre foram bem-vindas. E não sei por que tudo permaneceu da mesma forma até hoje.

Com as mesmas características enfrentei naturalmente mudanças radicais no que diz respeito ao trabalho. Comecei estudante, depois passei a ser músico profissional por um bom período, mas adiante passei a integrar, após um concurso público federal, a Atividade de Inteligência, até então totalmente desconhecida para mim e que se tornou brilhante por seu enorme potencial de assessoramento aos governos. Naturalmente eu seguia os mesmos princípios: Organização, Foco, Prioridades, mas sem ter a exata ideia disso. Muito esforço no início para aprender, sobre o Brasil, as regiões, muitos conhecimentos em cursos sobre os diversos campos de expressão do Poder Nacional, um pouco de idiomas e um aprendizado que considero muito valioso para minha vida, em termos de técnicas de Planejamento Mental, de organização, de capacidade para aprender e fixar rapidamente novos conhecimentos e de trabalhar com conhecimentos prospectivos, que para a sua produção exigem muito dos Analistas. E são aqueles que possuem maior importância para a Inteligência. E paralelamente também avançava junto na Informática, quando não existia nem a Internet e apenas os sistemas de grande porte! Tive a oportunidade de instalar os primeiros computadores interligados em rede, em Fortaleza. Tudo foi muito gratificante, principalmente por ter o privilégio de ter uma visão mais integral do país inteiro e não só de partes deste imenso continente chamado Brasil.

Da mesma forma com que tanto me empenhei e estudei na Atividade de Inteligência, quando chegou a aposentadoria, nada me pegou desprevenido, pois tinha muitas atividades para realizar e a mente nunca desacelerava... Houve de imediato a instalação de uma Escola de Informática, pioneira em Messejana, a Máxi Informática, que formou cerca de três mil alunos. Depois disso, há quinze anos, inovamos com a criação do Instituto Portal Messejana, que nos possibilitou a realização de projetos sociais novos para mim e possibilitou o engajamento de muitos jovens nas diversas áreas de reportagens, filmagens, projetos de turismo sustentável etc.

E mais recentemente, há cerca de cinco anos, o meu retorno gradual à Música, que tinha ficado em estado latente em meu espírito por muito tempo. E voltei novamente para descobrir as novas tecnologias de gravação, agora digitais e uma parafernália de recursos mais modernos daqueles que eu anteriormente tinha utilizado. Tudo isso com a mesma vontade de quando começava a tocar, como se eu tivesse ainda quinze anos!

Concluo que há muita importância em conceitos referentes à Organização, Foco e o estabelecimento de Prioridades. A ansiedade permaneceu em mim até hoje, no limite exato, mas como um excelente combustível mental para a concentração e dedicação integral ao aprendizado deste nosso mundo, que se modifica dia após dia. E que venham as novidades!

João Ribeiro Silva Neto

sábado, 2 de janeiro de 2021

Série: TV Ceará, Canal 2 - Apresentação

           


Este série sobre a TV Ceará Canal 2 teve um foco especial, o de relembrar momentos da minha participação como músico, guitarrista-solo do Conjunto Big Brasa na TV Ceara Canal 2, da extinta Rede Tupi de Televisão, relembrar e homenagear os amigos que fizemos naquela emissora nos diferentes setores e principalmente descrever muitos detalhes de minhas lembranças pessoais, nos programas da emissora dos quais participamos e falar sobre os inúmeros artistas que conhecemos de renome nacional. Para isso senti necessidade de elaborar uma planta baixa do prédio onde funcionavam seus estúdios e outras instalações, com a finalidade de possibilitar um entendimento maios por parte de todos.

 

Foram quase sete anos marcantes de convívio com uma equipe de televisão muito boa em seus diversos níveis e especializações, em um ambiente alegre, no qual tivemos a oportunidade de conhecer inúmeras pessoas e fazer muitas amizades. E também destacar o papel muito importante que a TV Ceará teve na divulgação de nosso Conjunto Big Brasa em Fortaleza e em todo o interior cearense e alguns estados nordestinos, o que certamente contribuiu muito para o seu sucesso. Vamos então iniciar nossa viagem a esse período, na certeza de que esses registros deverão acrescentar algumas marcas de memória em todos nós. 

Dedicatória

Dedico estas lembranças a todos aqueles que estiveram conosco durante o período em que estive na TV Ceará, Canal 2, com o saudoso Conjunto Big Brasa. Aos técnicos da televisão, câmeras, suítes, operadores de áudio, locutores, motoristas, fotógrafos e demais colegas da produção. As boas lembranças são muitas. Todos nós vivenciamos um excelente período da televisão cearense, do qual vale muito recordar e compartilhar a história.

Agradecimentos Especiais

Em primeiro lugar tenho que agradecer a Deus por ter auxiliado nas tarefas musicais executadas ao longo dos quase sete anos em que estivemos na TV Ceará, Canal 2. E aos meus pais, Alberto Ribeiro da Silva, o Mestre Alberto, e à minha mãe, Francisca Amasile Pereira da Silva, Dona Zisile, pelo grande incentivo, apoio constante e incondicional em todos os momentos e que muito apreciavam o nosso desempenho na televisão. Eles sempre estarão presentes em minha vida e eternamente em minhas lembranças. Especial menção para minha saudosa mãe Zisile, que além do gosto pela música, por tudo o que fez por todos nós, da “Família Big Brasa”. Graças a ela, inicialmente, temos hoje recordações dos bons tempos do Big Brasa através de notas publicadas na imprensa em variados períodos e fotografias que ela guardava tudo com um carinho especial! Com muito gosto ela recortava as notas de imprensa, as fotos e as guardava cuidadosamente para montar seus álbuns.

Estas iniciativas proporcionaram a criação do acervo do Conjunto Big Brasa e hoje, aliado aos fortes traços de memória sobre o período da televisão e de inúmeras ocasiões em que o Conjunto se fez presente, continuamos e assim podemos compartilhar com familiares, com o público em geral, amigos, amigas fãs do Big Brasa e todos aqueles que vivenciaram aquela época maravilhosa.

 

Espero sinceramente que estas lembranças sobre os momentos em que estivemos na TV Ceará Canal 2 sejam também valiosas para todos e que possamos nos encontrar mais vezes nos palcos da vida!

 

 

 

João Ribeiro da Silva Neto

Dezembro de 2020

 

(*) Sobre o autor: João Ribeiro da Silva Neto é servidor público federal aposentado, tendo servido na Área de Inteligência do governo federal como Analista de Informações (Oficial de Inteligência). Atualmente é diretor, analista de fatos e editorialista do Instituto Portal Messejana, entidade de utilidade pública. Formado em Música pela Universidade Estadual do Ceará foi também o fundador do Conjunto Musical Big Brasa, de Fortaleza, no ano de 1967. Escreve também para o Blog do João Ribeiro e mantém presença nas diversas redes sociais com a página do Conjunto Musical Big Brasa. No início de 2020 gravou o Álbum Momentos, com canções de sua autoria, inéditas, muitas compostas há quarenta anos. Essas músicas foram distribuídas pelo Proaudio Studio nas principais mídias musicais, dentre eles o Spotify, Deezer etc. Escreveu também três livros sobre a Música no Ceará no período da Jovem Guarda, nos quais discorre sobre a Música em sua vida e sobre a participação do Conjunto Musical Big Brasa no cenário musical cearense. As publicações foram lançadas respectivamente em 1999 e em 2017, quando o grupo completou cinquenta anos de fundação. Todas as imagens da série sobre A TV Ceará Canal 2 pertencem ao acervo do Conjunto Musical Big Brasa.


Notaesta série tem os créditos autorais pertencentes a João Ribeiro da Silva Neto, (Beiró) e está disponível para publicações autorizadas pelo autor. As fotografias também pertencem ao acervo do Conjunto Musical Big Brasa, de Fortaleza, Ceará. Abaixo alguns links onde também está publicada.

 

Conjunto Big Brasa – https://www.facebook.com/conjuntobigbrasa 

Blog do João Ribeiro - http://silvanetojr.blogspot.com/

Instituto Portal Messejana - http://www.portalmessejana.com.br/    

 

sábado, 26 de dezembro de 2020

Série: TV Ceará, Canal 2 – Considerações finais


 Série: TV Ceará, Canal 2 – Considerações finais

Por João Ribeiro da Silva Neto

Foi muito gratificante e prazeroso relembrar a época da TV Ceará Canal 2, da rede Tupi de Televisão, que permaneceu no ar de 1960 a 1980, com ênfase para os programas Show do Mercantil e Studio 2, menções aos amigos, artistas (todos que integram o Pessoal do Ceará), técnicos, suítes, câmeras e todos aqueles que estiveram conosco juntos nessa jornada. Tudo isso foi especialmente marcante em minha vida musical, com o nosso saudoso Conjunto Big Brasa. Foi como se vivesse novamente com todos aqueles, os apresentadores, o pessoal das produções dos programas, técnicos, calouros e artistas cearenses e de outros Estados que participaram desta época inesquecível entre os anos 1970 e 1977. Na sequência serão postadas muitas fotografias referentes aos diversos capítulos, que serão agrupados e transformados em mais um livro.

Conjunto Big Brasa na Wikipédia


“O Big Brasa foi um conjunto musical brasileiro ativo nas décadas de 1960 e 1970 durante a fase da Jovem Guarda. Está presente também na Wikipedia. O grupo formou-se no bairro de Messejana, em Fortaleza (Ceará) e seus integrantes na formação que marcou presença na TV Ceará foram: Lucius Maia, Severino Tavares, João Ribeiro, Adalberto Lima e Edson Girão. “O início da banda deu-se em 1967 e esta permaneceu ativa até 1978. O conjunto musical Big Brasa foi muito popular entre os fortalezenses, principalmente através dos programas Show do Mercantil, semanal, e diário Studio 2, que eram exibidos pela extinta TV Ceará, da Rede Tupi de Televisão. Atuou também em diversos estados nordestinos e em todo o interior do Ceará. O Conjunto Musical Big Brasa acompanhou vários artistas do Pessoal do Ceará, tais como Ednardo e Belchior dentre outros.”

 

(*) João Ribeiro da Silva Neto é servidor público federal aposentado, tendo servido na Área de Inteligência do governo federal como Analista de Informações (Oficial de Inteligência). É atualmente diretor do Instituto Portal Messejana, entidade de utilidade pública, analista de fatos e editorialista. Escreve também para o Blog do João Ribeiro e mantém presença nas diversas redes sociais com a página do Conjunto Musical Big Brasa. No início de 2020 gravou o Álbum Momentos, com canções de sua autoria, inéditas, muitas compostas há quarenta anos. Essas músicas foram distribuídas pelo Proaudio Studio nas principais mídias musicais, dentre eles o Spotify, Deezer etc.      

Notaesta série tem os créditos autorais pertencentes a João Ribeiro da Silva Neto, (Beiró) e está disponível para publicações autorizadas pelo autor. As fotografias também pertencem ao acervo do Conjunto Musical Big Brasa, de Fortaleza, Ceará. Abaixo alguns links onde também está publicada.


Conjunto Big Brasa – https://www.facebook.com/conjuntobigbrasa  

Blog do João Ribeiro - http://silvanetojr.blogspot.com/

Instituto Portal Messejana - http://www.portalmessejana.com.br/

terça-feira, 22 de dezembro de 2020

Série: TV Ceará, Canal 2 – Capítulo IX - O Programa “Studio 2”

             


Programa “Studio 2”

Programa de muita audiência da TV Ceará Canal 2, no qual o Conjunto Big Brasa se apresentou por mais de três anos. Levado ao ar diariamente, o programa abordava, através de entrevistas, temas diversos, dirigidos principalmente às mulheres. Diversos artistas nacionais, cantores, pessoal de teatro e outras personalidades de destaque que participaram do “Studio 2”. 

Dentre os artistas que lembro, a Dercy Gonçalves, sempre irreverente e alegre, com as brincadeiras de sempre, mas com bem menos palavrões, tendo em vista a censura existente naquele período. O famoso músico Zé Menezes, que deu um verdadeiro show, também foi acompanhado com muita honra pelo Conjunto Big Brasa. No dia em que esteve no programa ele usou a minha guitarra para executar alguns solos e improvisos. Ambos não estão mais fisicamente conosco. Na foto ao lado eu estou no Studio 2 utilizando o inseparável pedal de efeitos "wah-wah" e distorção, que me acompanharia em todos os eventos. 

Às vezes a contra-regra produzia um cenário um pouquinho melhor do que as simples cortinas e tapadeiras, que eram divisórias de compensado para encobrir um ou outro defeito do cenário. Colocavam mesas e cadeiras como num bar, com plateia e o ambiente ficava mais alegre e descontraído.  A luta do pessoal do estúdio era sempre no sentido de manter o silêncio daqueles que não estavam em cena, para não atrapalhar o programa, realizado ao vivo.

Durante praticamente toda a semana deixávamos o instrumental no amplo estúdio da TV Ceará onde se realizava o “Studio 2”. Esse material era levado para casa apenas para os ensaios do conjunto. Para nós, músicos e o restante do pessoal que ali trabalhava, o horário se tornava complicado. De Messejana eu saía em nosso jipe 51, com o Adalberto, mais ou menos às 11 horas, de segunda a sexta-feira, para sempre chegar a tempo. Nunca deixamos de cumprir esse horário, certinho.

Nós sempre achamos que o som gerado pelo Studio 2 sempre foi melhor que o do Show do Mercantil. Deve-se isso, com certeza, aos operadores de áudio, aos bons microfones e principalmente pela própria acústica do ambiente, que nos favorecia.  

No estúdio a distribuição se fazia com uma “girafa”, que para quem não sabia é um suporte bem grande, na forma de um guindaste, que podia movimentar o microfone por cima de todo mundo, captando bom o som de cada cena. A girafa ficava por cima de todo o conjunto e captava o que fosse possível.

Havia também os microfones de lapela e os “varacionais”, explico: como a TV não possuía microfones direcionais, aqueles que captam bem o som em uma determinada direção, o pessoal da equipe técnica adaptava um microfone comum, forrado com esponjas, a uma vara ou haste de metal ou madeira. Por causa dessa improvisação, ficaram conhecidos por nós como os microfones “varacionais”.

Os câmeras-men procuravam “detalhes” em todos os lugares que podiam para ser mais criativos. Lembro-me muito bem do William (“Irmão”), do Fred e do Zé Lenir, o mais calmo deles e que às vezes “me emprestava à câmera para eu focalizar algumas imagens, nos momentos em que não estávamos no ar. O Irmão e o Fred se destacavam como bons profissionais. Na verdade eles eram muito bons mesmo. O Fred, bastante dinâmico, se deslocava rapidamente para conseguir os melhores ângulos para as imagens que o suíte (diretor de imagens) solicitava. Por falar em “suíte”, os dois diretores de imagens que mais trabalhavam naquele tempo nos programas em que o Big Brasa participava eram o Dedeco (Aderson Maia) e o Gonzalez, este principalmente no Studio 2.

Bem, eles nos colocavam “no ar” diversas vezes sem estarmos tocando, em qualquer posição em que estivéssemos de preferência quando a gente não notava que seria focalizado. Em uma brincadeira sem pensar, numa dessas vezes que os câmeras ficavam procurando o que mostrar pelo estúdio o Fred ficou me focalizando um tempão e eu, agachado, que estava prestando atenção ao que estava sendo exibido no programa, não notei. Deu sorte porque minha imagem não tinha ido ainda ao ar. Quando notei o Fred tentando me enquadrar, num ato impulsivo e de pura brincadeira, “dei o dedo” para a câmera. Resultado: depois do programa o Gonzalez desceu da Engenharia, como chamávamos, e me deu uma boa chamada, dizendo ele que quase tinha apertado no botão que levaria aquele gesto para todos os cearenses. E assim somente agora vocês ficam sabendo.

O conjunto fazia em média dois ou três números por programa. No decorrer dessa temporada a propaganda que o conjunto conseguiu foi enorme, por aparecer diariamente na TV. As músicas quase sempre eram sucessos do momento, cantadas pelo Edson ou pelo Lucius. Tocávamos temas de improviso e blues, ocasiões em que eu aproveitava para tirar sons de todas as maneiras que sabia na guitarra, fato que contribuiu para minha relativa projeção como guitarrista-solo em Fortaleza.

Conseguimos uma boa legião de fãs espalhadas pelo interior do Estado. Todos os dias recebíamos cartas e mais cartas. Umas eram dirigidas ao Conjunto Big Brasa, de um modo geral e outras eram destinadas aos músicos, em particular. Acho que os campeões de correspondência eram o Edson Girão e o Lucius Maia.

Ainda hoje mantenho quase todas as cartas que recebi. Muitas delas com fotos e até declarações apaixonadas ou amorosas, com muito carinho e afeto da parte daquelas fãs. Sentia um prazer enorme ao receber cada cartinha daquelas. Andei respondendo muitas, pessoalmente. Depois, pela falta de tempo, contratamos uma amiga que respondia tudo por nós. Tive que fazer uma fotografia minha ao lado do caminhão de transmissões externas do Canal 2 e distribuí mil cópias para o fã-clube do conjunto no interior do Estado. Hoje em dia ainda mantenho estas cartas bem guardadas, pois fazem parte de nossa memória.

Ainda sobre fotografias do conjunto, é bom contar que aproveitamos a cena um dia, quando uma pessoa estacionou com um automóvel conversível “Lorena”, em frente ao Canal 2, para resolver algum assunto de seu interesse. Como estávamos aguardando o horário do Estúdio 2 entrar “no ar” chamamos rapidamente o fotógrafo da televisão e fizemos uma pose junto ao tal carro. Foram feitas centenas de fotos e enviadas também para o interior. Isso certamente contribuiu para nossa imagem de conjunto “rico”, mas com o carro dos outros...

Tínhamos que inventar novidades. Eu às vezes até abusava dos pedais (distorção e "wah-wah") e brincava com os operadores de câmeras que se aproximavam demais de minha guitarra no intuito de mostrar minha aliança para as fãs do interior.

De tão acostumados com as câmeras e com o pessoal do estúdio todo, contra-regras, operadores de microfone, os próprios câmeras-men, a gente se divertia muito. Eu não perdia nenhuma oportunidade de improvisar sobre os temas das músicas que tocávamos. Era uma boa forma de exercitar e também de mostrar para o Ceará inteiro nossas habilidades.

Entrevista do Conjunto Big Brasa para fãs

No entanto um dia o produtor do programa resolveu abrir mais um espaço para uma entrevista com o conjunto, a pedido das fãs. O entrevistador foi o Flávio Torres. Dirigiu perguntas principalmente para o Lucius Maia e para mim sobre nossa atuação em Fortaleza, quis saber se respondíamos as cartas do pessoal, enfim um bocado de coisas. Fiquei, como sempre, um pouco nervoso ao ser entrevistado. Senti que o sangue me fugiu e que deveria estar muito pálido. Mas felizmente a TV ainda era em preto e branco... Na foto que temos desta entrevista também aparece a atriz de novelas e apresentadora Karla Peixoto, da TV Ceará.

Nota sobre o Conjunto Big Brasa na Wikipédia

“O Big Brasa foi um conjunto musical brasileiro ativo nas décadas de 1960 e 1970 durante a fase da Jovem Guarda. O grupo formou-se no bairro de Messejana, em Fortaleza (Ceará) e seus integrantes fundadores eram: Lucius Maia, Severino Tavares, João Ribeiro, Adalberto Lima, Edson Girão e Luís Antônio Alencar”.

“O início da banda deu-se em 1967 e esta permaneceu ativa até 1978. O conjunto musical Big Brasa foi muito popular entre os fortalezenses, principalmente através dos programas Show do Mercantil, semanal, e diário Studio 2, que eram exibidos pela extinta TV Ceará, da Rede Tupi de Televisão. Atuou também em diversos estados nordestinos e em todo o interior do Ceará. O Conjunto Musical Big Brasa acompanhou vários artistas do Pessoal do Ceará, tais como Ednardo e Belchior dentre outros.”